Iruan Ergui Wu completa 27 anos neste 12 de julho de 2022. O caso do menino Iruan, filho de mãe brasileira e pai taiwanês, mobilizou o Rio Grande do Sul durante três anos no começo dos anos 2000. Além de reportagens para a Band TV, onde atuava na época, em dois momentos escrevi sobre Iruan. No livro Crianças Lesadas (AGE-2001), em parceria com a Christina Krueger Marx, e na crônica que compartilho hoje, originalmente impressa em um 12 de julho, em 2002!

Foi uma reflexão em meio ao demorado processo de repatriação do menino. Relembrando essa história marcante, no ano de 2001, já órfão de mãe, Iruan acompanhou o pai para visitar o país asiático. Inesperadamente, Teng-Shu Wu faleceu e o menino acabou retido pela família paterna em Taiwan. Por aqui, havia a mobilização de uma comissão interinstitucional que reunia, entre outros profissionais, os promotores de justiça Simone Mariano da Rocha e Afonso Armando Konzen, o juiz Breno Beutler Junior e sociólogo Leo Voigt, que atuava na Fundação Mauricio Sirotsky Sobrinho. O Movimento de Justiça e Direitos Humanos, presidido por Jair Krischke, também estava mobilizado pela causa. Astrid Müller secretariou os trabalhos, costurando todas as ações entre as instituições.  Já em Taipé, o então chefe da Representação Comercial do Brasil, diplomata Paulo Antônio Pereira Pinto, foi incansável na mediação do impasse entre as famílias brasileira e taiwanesa, durante os três anos de indefinições, até Iruan voltar ao Brasil.

Minha crônica questionava a demora na repatriação o menino. Entendi só tempos depois, com o Embaixador Paulo Antônio, o quanto foram árduas as negociações, o quanto as diferenças culturais e jurídicas dos dois países influenciaram. Exatos 20 anos depois, republico “Iruan e as Araras Azuis”, originalmente impressa no Jornal OI, desejando que, depois de todos os desafios da infância Iruan seja muito feliz, neste e em todos os aniversários.

Texto publicado no Jornal Oi, em 12 de julho de 2002.

 

 

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